quarta-feira, 30 de julho de 2008

Balanço Final... por Arménio Coelho

Antes de analisar a nossa participação em termos desportivos, quero deixar uma palavra de agradecimento a todos os que fizeram parte da nossa comitiva, agradecimento por toda a dedicação, empenho e o modo como, nas mais variadíssimas representações, levaram mais alto o nome da nossa academia e do nosso país. Em meu nome pessoal, o meu muito obrigado por tudo, aos que ficam e aos que partem, um agradecimento pela ajuda no engrandecimento do Futsal nesta academia e votos dos maiores sucessos desportivos e profissionais.
Ainda antes de me compenetrar na análise ao nosso desempenho desportivo propriamente dito, uma palavra para a minha família que foi com muita saudade que estive ausente, a ver o meu filho crescer de dia para dia, e pelo facto do insucesso desportivo, mais ainda senti a vossa falta e o vosso afastamento.

Se em termos desportivos a nossa participação ficou aquém das nossas expectativas, tal deveu-se quanto a mim a 2 pontos fundamentais, 1º ao facto de, após analisar friamente as nossas reais possibilidades, termos condições de sermos mais arrogantes, mas num jogo atípico de Futsal, onde jogamos para a obtenção de objectivos mais ambiciosos posemos tudo em questão, em suma, fomos ambiciosos e pagamos por isso e o 2º factor foi o facto de não termos trabalhado como tínhamos planeado e aí a concretização dos objectivos definidos para a preparação da nossa participação ter ficado, um tanto ou quanto, aquém daquilo que esperávamos. Aqui a responsabilidade é de todos e de cada um, sendo que cada um de nós tem perfeita noção das suas responsabilidades dentro do grupo e, como tal, cada um está perfeitamente consciencializado dos seus limites de actuação e sabe até onde poderia ter sido mais útil.
Se analisarmos ambos os factores separadamente pode pensar-se numa falha ao nível do diagnóstico da equipa, ou seja, com esta equipa e com o trabalho efectuado, será que podemos ir mais longe? É uma questão pertinente, que poderia ter sido colocada na altura, mas para quem já viu esta equipa jogar, quem esteve com estes jogadores mais directamente desde Março, quem os viu treinar e a evoluir dia após dia, tinha convicções de que as coisas, desta forma, iam dar certo. Lamentavelmente tal não sucedeu e desta forma não fomos felizes, não concretizamos os nossos objectivos, mas aprendemos uma lição, sem dúvida alguma. Hoje o que se faríamos? Não sei, … ou melhor sei mas não respondo… deixo a questão no ar, para quem viveu e esteve lá de certeza absoluta que tem algumas dúvidas, para quem não viveu de perto os momentos, nem analisou os outros jogos, a resposta já a tem e tinha muito antes do jogo.

Relativamente aos 3 últimos jogos, onde jogávamos para a melhor classificação possível, fruto das contingências normais do modelo competitivo do torneio, tenho desde já que contar que não foi nada fácil arranjar ânimo e, depois daquele enorme balde de água gelada do dia anterior, parecia que ainda estávamos sobre o efeito desse gelo. Contudo, os grandes grupos e as grandes equipas vêm-se nos momentos mais difíceis e aí, à imagem do que se passou durante a época, sempre em situações em que o resultado nos era desfavorável, demonstramos, uma vez mais, que nestes momentos somos grandes, enormes mesmo…

Com isto, partimos para o jogo contra a Turquia, os quartos de final do 2º quadro, com a ambição de o vencer e como sempre tem acontecido, assumimos por inteiro o controlo do jogo, e sem surpresa chegamos ao golo já depois de termos falhado variadíssimas oportunidades, todavia, antes do intervalo e fruto de dois lances menos felizes, os turcos chegaram ao intervalo em vantagem por 1-2. Na segunda parte entramos determinados em virar o resultado e conseguimos chegar ao 3-2, mas mesmo a acabar tínhamos que sofrer o empate e com isto disputar a eliminatória através das grandes penalidades. Aqui, embora tenhamos começado por falhar, a nossa determinação em vencer era enorme e conseguimos marcar os 3 seguintes e apesar do mérito individual do João Lopes, que defendeu 2 penalties, mais uma vez prevaleceu o colectivo que na hora de marcar foi lá com toda a confiança e deste modo acabamos por ganhar por 6-4.

Para disputar as meias-finais do 2º quadro, tínhamos que jogar contra a equipa da Finlândia, à partida um adversário fácil, com poucos recursos mas com um jogo muito recuado, apostando tudo no contra ataque e quando não dava para contra-atacar jogavam um futsal directo, procurando sempre a sua referencia mais avançada. Este é o tipo de futsal que a nós nos criam mais dificuldades, não conseguimos encaixar neste tipo de jogo e, o que à partida seria um jogo fácil, foi mais um jogo em que alugamos o nosso meio campo defensivo e mais uma vez foram raras as vezes que eles nos causaram perigo.
Para este jogo, começamos a jogar para mais 2 objectivos, além da classificação, tínhamos 1 único cartão amarelo e o Paulo estava numa posição confortável para começar a atacar o melhor marcador do torneio. Assim, entramos bem no jogo e com o Paulo a marcar, até que entrou em cena quem menos esperávamos, o Sr. Kartaloglu Serhan (Tur) e o Sr. Kovalenko Oleg (Ukr), que acabaram por assumir um protagonismo desnecessário e acabaram por nos assinalar um penalti e exibir um cartão amarelo ao nosso guarda-redes num lance que nada o justificava. Para a segunda parte, entramos determinados em resolver cedo o jogo, para não passarmos novamente por situações de aflição que já começava a ser um tónico, e cedo chegamos à vantagem novamente por intermédio do Paulo, contudo, ainda algumas surpresas nos reservava este jogo, e eles acabaram por empatar numa combinação ofensiva que nós nos limitamos a observar. Continuamos à procura do golo, mas o pior ainda estava reservado para o minuto final da partida, em que numa substituição o jogador que vai entrar, vem sempre por fora do campo e entra em jogo fora da nossa zona de substituição, criou o desequilíbrio nas nossas costas e sem oposição acabou por marcar o 3-2, os árbitros limitaram-se a observar e nada viram e assim com este resultado acabou o encontro.

Posto isto, e após termos falhado mais 2 dos objectivos traçados antes deste jogo (9º lugar e disciplina), fomos para o último jogo do torneio centrados unicamente em tentar conquistar o único troféu honroso que ainda podíamos alcançar, o melhor marcador do torneio e com isto ganharíamos certamente o encontro. E assim foi, o Paulo tinha que marcar 8 golos para ser o melhor marcador e, apesar de ao intervalo estarmos a vencer apenas por 0-2, sabíamos que caso o resultado começa-se a ficar muito desnivelado eles não iriam aguentar a nossa pressão e nós tínhamos que estar preparados para impor um ritmo ainda mais forte no jogo, de modo a que as situações pudessem acontecer com alguma naturalidade, e foi o que aconteceu. É caso para dizermos, finalmente tivemos um jogo conforme planeamos, em que o que se falou antes acabou por acontecer. Acabamos por marcar mais 9 golos e fixamos o resultado final em 1-11.

Foi uma competição dura, quer em termos físicos quer em termos psicológicos, em que passamos por alguns dissabores mas com os quais aprendemos e de certo vamos tirar as melhores elações possível para as nossas carreiras futuras.

Para finalizar um agradecimento especial à reitoria da UBI e aos SASUBI por terem abraçado este projecto e não nos terem faltado com nada, à AAUBI que à imagem do que foi a época desportiva deu-nos todas as condições possíveis para que o nosso desempenho fosse o melhor, à Fisioterapeuta Sara Cabanas que esteve sempre disponível para tudo, não só agora mas durante o ano sempre se disponibilizou para colaborar naquilo que são as suas competências profissionais, à secção desportiva nas pessoas do Pedro Nogueira (delegado Futsal) e do Ricardo Ferreira (chefe de delegação) que estiveram sempre ao nosso lado para tudo o que fosse preciso. Não podia acabar sem mencionar as pessoas que apesar de exercerem outro tipo funções são extremamente importantes para o nosso desempenho, a Rosa e o Esteves que estão sempre por perto… aos jogadores e todos vocês UM BEM-HAJA! deste vosso amigo,

Arménio Coelho
Covilhã, 25 de Julho de 08

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